Não circula mais. Informações sobre Ruth Escobar disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ruth_Escobar |
A trajetória de Ruth Escobar:
Ruth Escobar é um dos principais nomes do teatro
brasileiro. Atriz e produtora, se destacou na vanguarda do gênero nos
anos 1960 e 1970, com sua companhia Nova Teatro, com a abertura da casa
com seu nome em São Paulo e com a realização do 1º Festival
Internacional de Teatro em 1974, entre outras importantes contribuições.
Nascida na cidade do Porto, em Portugal, em 31 de março
de 1936, Maria Ruth dos Santos Escobar se mudou para o Brasil em 1951.
No país, casou-se com o filósofo e dramaturgo Carlos Henrique Escobar,
com quem, em 1958, foi para a França, onde fez cursos de interpretação.
Ao voltar para o Brasil, fundou a companhia Novo Teatro, ao lado do diretor Alberto D'Aversa
. Ali, protagonizou peças como "Mãe Coragem e Seus Filhos", de Bertolt
Brecht, em 1960, e "Antígone América", escrita pelo marido, em 1962.
No ano seguinte, Ruth inaugurou o teatro com seu nome em
São Paulo. A peça de abertura foi "A Ópera dos Três Vinténs", de Brecht e
Kurt Weill, que foi dirigida por José Renato, e tinha Ruth no papel de
Jenny Espelunca. O teatro abrigou, durante a década de 1960, peças como
"O Casamento do Sr. Mississipi", de Friedrich Dürrenmatt, dirigida por
Jô Soares, e "Lisístrata", com tradução de Millôr Fernandes e direção de
Maurice Vaneau para a obra de Aristófanes.
O ano de 1964 ficou marcado pela criação do Teatro
Popular Nacional. Ruth transformou um ônibus em palco e apresentava os
espetáculos na periferia de São Paulo. O projeto durou até o ano
seguinte. Também em 64, a atriz e produtora recebeu o Prêmio Governador
do Estado, em homenagem à construção do Teatro Ruth Escobar.
Já casada com o arquiteto Wladimir Pereira Cardoso, que
se tornou cenógrafo da companhia, Ruth começou a trabalhar também no Rio
de Janeiro. Em 1968 foi uma das produtoras de "Roda Viva", polêmica
peça de Chico Buarque que teve sessões invadidas pelo Comando de Caça
aos Comunistas e chegou a ser proibida pela censura. Ruth também atuou
na peça.
Em 1969, a encenação de "O Balcão", a cargo do diretor
Victor Garcia, recebeu todos os prêmios de teatro do ano. O prestígio de
Ruth Escobar o levou a receber o prêmio Roquette Pinto de personalidade
do ano.
O início dos anos 1970 foi marcado pela oposição ao
regime militar - a fundação do Comitê da Anistia Internacional aconteceu
em um de seus teatros. Também nessa época, Ruth se envolveu em
polêmicas com a montagem de "Missa Leiga", que teve de ser feita em uma
fábrica após a proibição do uso da Igreja da Consolação.
O próximo passo ambicioso foi dado em 1974, quando Ruth
organizou o 1º Festival Internacional de Teatro, trazendo nomes como o
americano Robert Wilson, que teve o nome de sua peça "Time and Life of
Joseph Stalin" mudado para "Time and Life of David Clark" por
determinação da censura. Ruth ainda organizou mais dois festivais com o
mesmo nome, um em 1976 e outro em 1981.
Nos anos 1980, Ruth se afastou do teatro. Foi eleita
deputada estadual em São Paulo por duas legislaturas e dedicou seus
mandatos a projetos comunitários. Em 1987 lançou "Maria Ruth - Uma
Autobiografia", em que repassa sua vida e carreira.
Retornou aos palcos em 1990, em uma encenação de
"Relações Perigosas", de Heiner Müller e com direção de Gabriel Villela.
Em 1994, voltou a produzir festivais internacionais, que duraram até
1997, com o nome Festival Internacional de Artes Cênicas. Em 1998
recebeu, do governo francês, a condecoração da Legião de Honra.
Fonte: "'Patrimônio de Ruth Escobar está sendo deteriorado", diz família. Filhos da atriz criticam a administração de seu legado, feita por escritório de advocacia. Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/patrimonio-de-ruth-escobar-esta-sendo-deteriorado-diz-familia/n1597250704378.html
> Para saber mais ver: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ruth_Escobar